Desenvolvimento Embrionário

Desenvolvimento Embrionário

O ovo, ou zigoto, é formado a partir da fecundação de espermatozoide e óvulo, sofrendo diversas mitoses até se tornar um indivíduo propriamente dito. Esses eventos de divisão celular são acompanhados, também, por diferenciações nessas estruturas, permitindo a formação de tecidos específicos e, a partir deles, órgãos e também sistemas.

De forma geral, existem três fases que compreendem esse processo: segmentação, gastrulação e organogênese.

Tips de Óvulos

  • Ovo oligolécito ou isolécito: possuem pouco vitelo e este se encontra distribuído de forma relativamente homogênea.
  • Ovo mesolécito ou heterolécito: apresentam uma quantidade considerável de vitelo, que se encontra distribuído de maneira heterogênea no citoplasma. O lado que possui maior quantidade de vitelo é chamado de polo vegetativo, enquanto o outro lado é chamado de polo animal.
  • Ovo megalécito ou telolécito: possui uma grande quantidade de vitelo, que empurra o núcleo para uma região mais periférica e próxima à membrana plasmática (disco germinativo).
  • Ovo centrolécito: possui uma quantidade considerável de vitelo, que fica localizado na região central do ovo.


Segmentação

Na segmentação há uma primeira etapa, chamada mórula, na qual há um aumento significativo de células, decorrente das mitoses. Nesta, o volume total do embrião não se aumenta de forma considerável, já que tais divisões, denominadas clivagens, ocorrem de forma bastante rápida. Assim, não permite que as células, agora chamadas de blastômeros, tenham tempo para se desenvolverem.


Tipos de Segmentação

segmentação holoblástica, também chamada de total, apresenta divisões em todo o ovo. Na segmentação holoblástica igual, que ocorre em ovos oligolécitos, observa-se uma divisão que forma blastômeros que apresentam relativamente o mesmo tamanho. Já na segmentação holoblástica desigual, que ocorre nos ovos mesolécitos, observa-se a formação de células pequenas (micrômeros) no polo animal e células maiores (macrômeros) no polo vegetativo.

segmentação meroblástica, também chamada de parcial, apresenta divisões apenas na região sem vitelo. Na segmentação meroblástica discoidal, que ocorre em ovos megalécitos, a divisão ocorre na região do disco germinativo. Já na segmentação meroblástica superficial, que ocorre nos ovos centrolécitos, percebe-se que a divisão acontece na região periférica do ovo.


Etapas do Desenvolvimento Embrionário

 O primeiro estágio da clivagem é a mórula, um maciço celular originado entre o terceiro e quarto dia após a fecundação. Na segunda e última etapa ocorre a blástula, onde as células delimitam uma cavidade interna chamada blastocele, cheia de um líquido produzido pelas próprias células.

 Até a fase de blástula as células embrionárias são chamadas de células-tronco, que podem originar todos os diferentes tipos de célula do corpo.

 A partir da blástula, inicia a fase de gastrulação, onde o embrião começa a aumentar de tamanho e surge o intestino primitivo ou arquêntero e ocorre a diferenciação dos folhetos germinativos ou embrionários.

 Os folhetos darão origem aos diferentes tecidos do corpo e se dividem em ectoderme, endoderme e mesoderme.

 Ectoderme: epiderme, unhas, pelos, córnea, cartilagem e ossos da face, tecidos conjuntivos das glândulas salivares, lacrimais, timo, tireóidea e hipófise, sistema nervoso, encéfalo e neurônios, entre outros.

 Mesoderme: derme da pele, músculos, cartilagens e ossos (exceto da face), medula óssea, rim, útero, coração, sangue, entre outros. Ao final da gastrulação, o embrião é chamado de gástrula.

 Endoderme: pâncreas, sistema respiratório (exceto cavidades nasais), pulmões, fígado e epitélio da bexiga urinária, entre outros.

 A última fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, onde ocorre a diferenciação dos tecidos e órgãos.

 O primeiro estágio dela é a neurulação, quando há formação do tubo neural, que se diferenciará no sistema nervoso central.  Durante a neurulação, o embrião recebe o nome de nêurula.


Anexos embrionários

Os anexos embrionários são estruturas membranosas extraembrionárias que surgem durante o desenvolvimento embrionário de alguns animais vertebrados a partir dos folhetos germinativos. Existem quatro tipos principais de anexos embrionários: o saco vitelínico, o âmnio, o alantoide e o cório.

O saco vitelínico é uma estrutura formada a partir do mesoderma e endoderma, que envolve o vitelo, participando, assim, do processo de nutrição do animal em desenvolvimento. Essa membrana é a primeira a ser formada e está ligada diretamente ao intestino do embrião. Apresenta-se bem desenvolvida em peixes, répteis e aves, entretanto é reduzida em mamíferos, nos quais a placenta assume a função de nutrição. Nos peixes, apresenta-se como o único anexo embrionário presente; e, em anfíbios, não é observado, uma vez que o vitelo encontra-se no interior de células chamadas de macrômeros.

O âmnio é uma membrana formada a partir do ectoderma e mesoderma que envolve o embrião de répteis, aves e mamíferos. Ele delimita a chamada cavidade amniótica, a qual apresenta em seu interior o líquido amniótico. Este possui como principais funções proteger o embrião contra choques mecânicos e evitar a sua desidratação. Os animais que possuem essa estrutura são chamados de amniotas, e os que não possuem, de anamniotas. Nos mamíferos, a estrutura é conhecida popularmente como bolsa d'água.

cório, também chamado de serosa, é uma membrana formada a partir do mesoderma e ectoderma que recobre todo o embrião e os outros anexos embrionários. Em répteis e aves, ela está localizada logo abaixo da casca do ovo e atua, junto ao alantoide, nas trocas gasosas, além de proteger o embrião. Nos mamíferos, essa estrutura origina a placenta.

O alantoide está presente em répteis, aves e mamíferos, sendo formado a partir do mesoderma e endoderma. É uma membrana que está relacionada com as trocas gasosas. Em répteis e aves, ele armazena o produto da excreção do embrião, retira parte do cálcio da casca e transfere-o para o esqueleto do animal em formação. Em mamíferos, apresenta-se pouco desenvolvido, uma vez que a placenta é responsável por desempenhar o papel dessa estrutura.





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